Durban (5 de dezembro de 2012) — Nas negociações sobre o clima global, em Durban, líderes internacionais da saúde solicitaram impulsionar compromissos os mais ambiciosos possíveis, advertindo que a direção atual das negociações põe em perigo a vida de milhares de pessoas em todo o mundo.
Mais de 200 líderes de mais de 30 países emitiram uma declaração e um chamado à ação após a Conferência Global de Clima e Saúde.
“Ninguém é imune aos impactos sobre a saúde da mudança climática, as pessoas nos países desenvolvidos e em desenvolvimento estão todas em risco “disse o Dr. Hugh Montgomery, do Conselho de Clima e Saúde da Grã-Bretanha.
"Sem uma audaciosa ação dos governos, a mudança climática exaltará as crises de saúde existentes", disse o Dr. Rajendra Niadoo, da Escola de Medicina Nelson R. Mandela, em Durban.
Médicos, enfermeiras, especialistas em saúde pública, cientistas de saúde, estudantes de medicina e funcionários de saúde das principais organizações internacionais de saúde se reúnem em Durban para tratar e influenciar nas negociações, criando consciência sobre os riscos para a saúde da mudança climática e dos benefícios da ação pelo clima.
“Uma política climática forte é um investimento na saúde das pessoas", disse Fiona Armstrong, da Aliança para o Clima e a Saúde, da Austrália.
Os delegados fizeram um chamado por um tratado global justo, ambicioso e juridicamente vinculante, e exortaram a todos os países a se comprometer com uma forte ação imediata sobre o clima para proteger e promover a saúde.
"Se os governos acordarem postergar as ações por outra década, a história julgará Durban como um momento de má práxis em política", disse Josh Karliner, de Salud sin Daño/Health Care without Harm.
"Sou um estudante de medicina de 21 anos e estas negociações foram realizadas durante toda minha vida. Se não chegarmos logo a um acordo juridicamente vinculante sobre a mudança climática, a proteção e promoção da saúde pública em todo o mundo ver-se-á gravemente deteriorada", disse Nick Watts da Associação Internacional de Estudantes de Medicina.
Os delegados coincidem em que a substituição urgente dos combustíveis fosseis por energia limpa e renovável é de vital importância, e manifestam que os combustíveis feosseis causam um "dano imenso" ao clima e à saúde e exortam aos negociadores a se comprometer para fazer contribuições equitativas para um fundo climático verde de ajuda, para apoiar estratégias de adaptação e mitigação para apoiar a saúde humana.
Eles mesmos se comprometeram com a ação para reduzir as emissões no setor da saúde, e instaram aos profissionais da saúde de todo o mundo a participar na promoção de ações sobre a questão do clima, para ajudar a prevenir a perda sem precedentes de vida e os padecimentos das pessoas devido a este problema.