Como o setor de saúde pode reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e o impacto ambiental de suas operações? Quais são as melhores práticas e soluções disponíveis para o setor? Quais são alguns desafios comuns que o setor enfrenta e como eles são abordados em diferentes partes do mundo?
Representantes de 11 organizações, que são membros da Rede Global de Hospitais Verdes e Saudáveis (GGHH, para o seu acrónimo em inglês) e Practice Greenhealth, da Health Care Without Harm (Saúde sem Dano), se reuniram em Pittsburgh, Pensilvânia, nos dias 22 e 23 de maio para o Encontro Global da Iniciativa de Aprendizagem Climática na Saúde. Todas as organizações estão participando da Race to Zero, a campanha apoiada pela ONU que reúne atores não estatais para tomar medidas para reduzir pela metade as emissões globais até 2030, enquanto trabalham para centralizar a equidade em saúde e construir resiliência.
O representante brasileiro foi Jonas Saide, Gerente de Sustentabilidade nas Instituições Afiliadas SPDM. Ele apresentou o case “Governança Climática em Serviços de Saúde públicos brasileiros gerenciados SPDM (Instituições Afiliadas)”. O estudo de caso se destaca na categoria "Definição de linha de base e estimativa de emissões e riscos", e conta sobre como a instituição trabalhou diligentemente para aprimorar o processo de monitoramento das emissões, iniciado em 2015, em cada unidade de atendimento. Esse esforçou resultou na definição das prioridades em liderança e ação climática da SPDM, culminando no comprometimento com a Race to Zero.
"Foi uma oportunidade incrível para essas organizações líderes do setor se reunirem para compartilhar e discutir suas experiências, estratégias e desafios em seus esforços para alcançar o net zero. Esse tipo de colaboração e aprendizado é essencial para acelerar nosso trabalho coletivo para transformar o setor de saúde em todo o mundo", explica Nick Thorp, Diretor de Rede Global Hospitais Verdes e Saudáveis.
No período que antecedeu o encontro global, a Saúde sem Dano e seus parceiros organizaram uma série de eventos regionais na América Latina e no Brasil, Europa, Sudeste Asiático e Estados Unidos. Esses eventos reuniram 98 hospitais e organizações de saúde de 20 países, participantes da Race to Zero. No Brasil, foi realizada a Roda de Conversa “Iniciativa de Aprendizagem Climática na Saúde”.
"Estamos trabalhando com os participantes em um documento de orientação, que incorporará os conhecimentos, experiências e práticas comprovadas compartilhadas durante esses encontros regionais em um framework. Uma vez finalizado, será compartilhado com a comunidade global do setor saúde", explica Diana Picon Manyari, diretora climática internacional da Saúde sem Dano.
O documento de orientação será aperfeiçoado nos próximos meses através de um período de revisão com as partes interessadas do setor saúde de todo o mundo.
Até o momento, mais de 70 instituições de saúde que representam os interesses de mais de 14 mil hospitais e unidades de saúde em 25 países aderiram à Race to Zero por meio da participação no Desafio a Saúde pelo Clima da HCWH.